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O Hermetismo

O Hermetismo

O Hermetismo é um conjunto de conhecimentos muito amplos, que utiliza várias linguagens, não somente da chamada filosofia oculta ou hermética, mas, também, da ciência chamada de mágica, legadas todas pelo chamado Hermes da Antiguidade, incluindo as outras artes ou ciências conhecidas, como a própria matemática, a física, a química, etc. O próprio termo é oriundo do nome de Hermes que, com o tempo, passou a designar, também, tudo aquilo que estava encerrado em algo, de forma “hermética”, “fechada” ou “lacrada”.

O movimento místico, filosófico e religioso denominado Hermetismo está profundamente associado à vasta produção creditada ao Hermes mítico, personalidade associada ao deus Toth, que teria trazido à humanidade, o conhecimento, a sabedoria, a escrita, o raciocínio, primeiro responsável pela elucidação dos grandes mistérios da humanidade. 

Credita-se o início do Hermetismo ao Egito, especialmente quando da ocupação helenística, quando os gregos passaram a influir, sobremaneira, em todo o âmbito místico já estabelecido naquele território. O próprio termo Hermes, é de influência grega, uma vez que a figura em questão foi comparada à de Toth, a deidade egípcia da sabedoria que, deste momento em diante, passou a ser tomada como Hermes e difundida com este nome, em razão do intercâmbio existente entre Egito e todo o restante do mundo que se encontrava nas cercanias. Características de Toth, dessa maneira, podiam ser encontradas em Hermes, e vice-versa. 

A união da figura mítica de Toth, com o deus Hermes, resultou na personalidade sagrada de Hermes, o Trismegisto. Na época, os sábios eram chamados de grandes e a Hermes, teria sido dado o epíteto de três vezes grande, de onde provém o termo Trismegisto, pois ele deveria ser três vezes maior do que qualquer outra figura que já pisara nas plagas egípcias e, depois, gregas. 

Por outro lado, caminhando juntamente à sua imagem deificada, acredita-se que Hermes tenha existido entre os homens, sendo dotado de um corpo físico, esporadicamente, pois que, de reencarnação em reencarnação, tomava vestimenta física para enriquecer o legado que sua linhagem divina havia deixado na Terra, especificamente, no mundo antigo. Alguns acreditam que Hermes fora membro ativo nos reinos da Lemúria e, outros, ainda, que habitara a Atlântida, vindo a sair de lá, quando da hecatombe acontecida, que dizimou todo aquele continente. Nesta ocasião, Hermes teria migrado com outras embarcações, aportando nas terras do Egito, onde fez frutificar toda uma vasta série de conhecimentos. 

Há quem lhe identifique, inclusive, com a imagem de Moisés, enquanto outros, atribuem os conhecimentos de Moisés e de Abraão, a Hermes, havendo, a título de curiosidade, uma catedral em Siena, na Itália, que possui em um de seus mosaicos, atribuído a Stefano di Giovanni, uma curiosa cena, mostrando Hermes Trismegisto, ensinando às duas personagens citadas. A propósito disso, diz-se que Hermes teria sido grande iniciador das duas personalidades: Abraão e Moisés, pois que teria legado a ambos, parte da vasta sabedoria que possuía.

Sendo verdadeira a própria existência de Hermes ou não, fato é que o movimento hermético contribuiu em muito, para a criação de diversas teorias e mesmo sistemas filosóficos, inspirando mais especialmente, há séculos, muitas delas. Como exemplos, temos o pitagorismo e o platonismo, duas escolas de pensamento que, apesar de distintas, guardavam entre si, máximas muito comuns, como a existência de algo mais sutil, no homem, que sobrevivia após a morte física do mesmo.

O hermetismo tenta, assim, desde então, professar que o homem, constituído por muito mais do que puramente seu corpo físico, tende a regressar a um estado de unidade com o Criador e que ele (o homem), deve buscar este momento em que deverá se fundir à Divindade, depois de galgar alguns degraus que, mediante a evolução que tenha conquistado, lhe haverão de conduzir à fonte de onde foi originado. Contudo, essa linha de pensamento, apesar de essencialmente monoteísta, não despreza crenças que sejam avessas a essa ideia.

O hermetismo, enquanto corrente filosófica, professa a multidisciplinaridade, ou seja, o aprendizado dos vários conhecimentos pertinentes a tudo aquilo que possa conduzir o indivíduo à sua máxima expressão intelectual e moral. Enquanto esclarece que o homem e Deus, são duas expressões de um mesmo bipolo, tenta, com isso, elevar o homem à condição de homem verdadeiro, onde ele possa ocupar a condição de demiurgo, um co-criador de seu próprio estado, dentro do universo. Sendo ainda, semelhante a Deus, por correspondência, o homem, em seu estado mais puro, visa, através das ferramentas dispostas por essa corrente místico-filosófica, acessar planos mais sutis de existência.

Tentando coroar a todos os seus esforços, o hermetismo busca, em síntese, elevar o ser humano acima de si mesmo, para que se torne aquilo que nasceu para ser: um ser divino. Nesse caminho, que é árduo, o homem busca livrar-se de suas más tendências, de suas vis paixões, na tentativa de não se converter a escravo de suas próprias condições ainda inferiores. Pelo domínio de si mesmo, através de todos os recursos dispostos dentro do corpo hermético, este mesmo homem converter-se-á em senhor de seu próprio destino.

 

 

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